domingo, 31 de março de 2013

Inter 2x0 Esportivo Análise por Patrick Garrighan



                              
   
                 INTER 2 x 0 Esportivo







O jogo começou com o Esportivo partindo pra cima. A equipe de Bento Gonçalves chegou a colocar duas vezes a bola na trave. Duas chances claras de gol. Dois sustos para o Colorado.
Mas, aos poucos, as coisas se acertaram. O Inter, como já era de se esperar, passou a dominar o jogo. Um domínio, até certo ponto, falso, já que a meta do goleiro Fabiano era ameaçada raramente.
Aos 36 minutos, Rodrigo Moledo teve que ser substituído. O zagueiro, que vem protagonizando belas atuações em 2013, sentiu dores musculares. Romário entrou em sua vaga.
Seis minutos depois, o Colorado viu a sua tarefa ficar mais fácil. Isso porque o zagueiro Ediglê... sim, o velho Ediglê... fez o que costumava fazer em seus tempos de Inter: foi expulso. Ele, que havia recebido o primeiro amarelo aos 35 minutos, recebeu o segundo e, consequentemente, o vermelho, aos 42, ao agarrar o garoto Caio pela camisa.
Depois disso, por alguns minutos, o jogo teve um tom varzeano. Muito “mimimi” e pouco futebol.
  






Bem, aos 45 minutos, D’Alessandro cruzou na cabeça de Caio, que subiu para abrir o placar. 1 x 0 e fim de primeiro tempo.
O segundo tempo foi do Inter. A equipe da capital se aproveitou da vantagem numérica e pôs o Esportivo na roda. O Colorado tocava a bola, tentava o gol. A equipe de Bento se defendia e, raramente, partia para tentar o contra-ataque.
Aos 14 minutos, Caio cruzou para D’Alessandro, que, da marca do pênalti, fuzilou com a direita. Gol do mito. 2 x 0.
É, Caio e D’Alessandro participaram dos dois gols. O garoto, que ainda é uma aposta, e o argentino, já consagrado, foram os melhores em campo.
A partida seguiu no mesmo ritmo até o seu final. O Internacional jogava e o Esportivo assistia. Mas o resultado foi esse mesmo. 2 x 0 para o Inter e invencibilidade, na Taça Farroupilha, mantida.
Agora, o foco Colorado é na Copa do Brasil. A estreia é quarta-feira, no Acre, contra o Rio Branco.

quinta-feira, 28 de março de 2013

São José 0x0 Inter Análise by Patrck Garrighan!



São José 0 x 0 Internacional
Gramado sintético, time misto e futebol burocrático.
Nesta quarta-feira, 27/03, às 22h, o Internacional foi ao Estádio Passo D’Areia para enfrentar o São José e o polêmico gramado sintético. Rodrigo Moledo, Juan e D’Alessandro foram poupados. Fred e Ygor, lesionados, e Forlán, na Seleção, também não atuaram. Time misto.

O primeiro tempo foi muito ruim. Jogo de dar sono. O Inter até pressionou no começo, mas muito pouco. Damião, o centroavante Damião, o cara que tem por função fazer o gol, foi pouco acionado, morreu de fome, como se costuma dizer.




O Inter foi burocrático. Tocou a bola, mas não ameaçou o Zequinha. O São José tentava algumas investidas, mas parava na própria falta de qualidade. Que primeiro tempo, amigos...

Bem, começou a segunda etapa e o jogo, felizmente, melhorou. Não muito, mas melhorou.

Dátolo, que pouco participou na primeira etapa, voltou mais ligado. O argentino assumiu o seu papel e passou a arquitetar as jogadas ofensivas do Colorado. Damião também passou a se movimentar mais.

O Internacional passou, então, a desperdiçar várias chances. A pressão era forte. O São José, o fraco São José, teve trabalho. Dátolo ameaçou na bola parada. Damião tentou de cabeça. Mas ficou nisso.                                                                                                                             
Um 0 x 0 de primeiro tempo chato e um segundo tempo mais movimentado.


O Colorado, que buscava a 7ª vitória consecutiva no campeonato, mesmo empatando, continua líder do grupo B, agora com 10 pontos. Já o São José é 6º no mesmo grupo, com apenas 1 ponto conquistado.

O próximo jogo do Inter é frente ao Esportivo, sábado, às 21h, no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo.


domingo, 24 de março de 2013

Santa Cruz 0 x 3 Inter ! Análise tática (by Patrick Garrighan)





Santa Cruz 0 x 3 Inter
Neste domingo, às 16h, enfrentaram-se Santa Cruz e Internacional, no Estádio dos Plátanos, em Santa Cruz. O Colorado vinha embalado para o duelo, cinco vitórias consecutivas. Já o Santa Cruz vinha desesperado, brigando contra a possibilidade de rebaixamento.
Pois bem, o jogo começou truncado. O Inter pouco atacava, e a equipe da casa abusava das faltas.
Aos 11 minutos, na primeira chance clara de gol do jogo, o Inter marcou. Leandro Damião, cara a cara com o goleiro, chutou. Vizzotto até espalmou, mas a bola acabou batendo no zagueiro Sidraílson (que nome, amigos...) e morreu no fundo das redes. Gol contra. 1 x 0 para o Colorado.   
                                                                     
Depois do gol, a partida ficou morna. Ninguém atacava. Dava sono. E assim foi até o fim da primeira etapa.
O segundo tempo começou da mesma forma que havia terminado o primeiro: sonolento. As jogadas mais ríspidas tomavam conta da partida. Inclusive, o garoto Fred, aos 13 minutos, aplicou um carrinho e acabou sentindo o tornozelo. Dátolo o substituiu.
Aos 24 minutos, Otávio entrou na vaga de Caio. A partir daí, o jogo melhorou. O Internacional passou a atacar mais.
Aos 36 minutos, Vitor Júnior, que acabara de entrar na vaga de Aírton, recebeu belo passe de Leandro Damião, na cara do gol, e teve apenas o trabalho de empurrar a bola para as redes. 2 x 0.




 D’Alessandro, que vem fazendo ótima temporada, ainda marcaria mais um, aos 40 minutos. Otávio sofreu pênalti. O gringo cobrou e fez. 3 x 0.







O Internacional alcançou a sua sexta vitória consecutiva, continua invicto na Taça Farroupilha e é líder do grupo B.
O próximo jogo do Colorado é frente ao São José, quarta-feira, 27/03, às 22h, no Estádio Passo D’Areia. O Santa Cruz encara o Canoas, quinta-feira, às 19h, no Complexo Esportivo da Ulbra.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Inter homenageia 200xD'Ale!!

D'Ale ganha placa pelos 200 jogos e decide em Novo Hamburgo
D'Ale comemora o gol da vitória sobre o São Luiz
D'Alessandro teve uma noite de gala em Novo Hamburgo, dentro e fora de campo. Antes de a bola rolar no Estádio do Vale, o capitão do Inter foi reverenciado pelo clube que defende desde o segundo semestre de 2008, afinal, o meia argentino havia completado 200 jogos na partida contra o Canoas, no último final de semana. O diretor de futebol Marcelo de Medeiros entregou uma placa alusiva à marca e teceu elogios ao jogador multicampeão.
"Teu talento e dedicação fazem jus aos maiores ídolos da nossa história", disse o dirigente ao prestar a homenagem. Emocionado, D'Ale ergueu a placa e recebeu o carinho dos torcedores.
D'Alessandro recebeu placa pelos 200 jogos das mãos do diretor Marcelo de Medeiros (C)
A retribuição de 'El Cabezón' veio em forma de golaço, no finalzinho do jogo. D'Ale chamou a responsabilidade para si e bateu com maestria a falta e marcou o gol da vitória aos 41 minutos do segundo tempo. A bola passou ao lado da barreira e entrou no canto esquerdo. A comemoração do camisa 10 pelo 42º gol anotado em 201 jogos foi junto aos companheiros, na linha de fundo. Das arquibancadas, os torcedores gritavam o nome de D'Alessandro, que mais uma vez foi decisivo.
Cobrança de falta perfeita venceu o goleiro do São Luiz
"Desculpa galera que to em casa kkk, mas tinha que deixar essa lembranca pra vcs. Fazem parte desta historia! Brigado  ( 21/03/2013 às 23:50 , logo após o jogo)"

Fonte: Site Oficial do Inter  www.internacional.com.br

quinta-feira, 21 de março de 2013

Sonho se tornando realidade!!


Após 200 jogos no clube, D'Alessandro cogita encerrar carreira no Inter

Meia colorado completa 32 anos em abril e tem contrato com o Colorado até 2015

Meia argentino cogita encerrar carreira no Inter<br /><b>Crédito: </b> André Ávila / CP Memória
Meia argentino cogita encerrar carreira no Inter
Crédito: André Ávila / CP Memória
Próximo de completar 32 anos, D'Alessandro já vislumbra o fim da carreira. E, diferentemente do que planejou anteriormente, a última camisa a ser defendida pelo meia argentino pode ser mesmo a do Inter e não a do River Plate.

“Já falei muitas vezes que gostaria de acabar minha carreira no River. Gostaria de curtir esse momento com minha família, meus amigos. Já sai da Argentina faz dez anos, é muito tempo fora de casa. Mas acabo sentido que em Porto Alegre não posso estar da melhor maneira”, afirmou D'Alessandro, nesta quarta-feira.

“A minha ideia é ficar e cumprir meu contrato até 2015. A família não quer sair e quer ficar aqui”, ressaltou o camisa 10, que está no Inter há quase cinco anos. O tempo de casa, por sinal, é levado em conta pelo gringo na decisão de ficar. “Quando eu cheguei o Inter me deu tudo, a comodidade que o atleta precisa para se adaptar da melhor maneira”, elogiou.

Em 200 partidas pelo Inter, D'Alessandro marcou 41 gols. Ao longo deste tempo, também conquistou a Copa Sul-Americana de 2008, a Libertadores de 2010, a Recopa de 2011 e os Campeonatos Gaúchos de 2009, 2011 e 2012. Ele tem contrato com o Inter até 2015. 



Fonte Correio do Povo / Radio Guaiba 20/03/13

200 jogos obrigada D'ale... by Priscila Mesquita


Desde quando D'ale chegou ao Inter, eu sabia que se tratava de um ótimo jogador, mas não sabia ainda como ele jogava, não tinha por ele a mesma admiração de agora, aquele cara marrento, brigão (que ele não gosta que lembre disso), foi aos poucos conquistando essa torcedora aqui, assim como toda torcida colorada, claro que não foi fácil ser fã dele desde que se tornou o homem gre-Nal pela 1° vez, de lá para cá foram muitas críticas, mas também muitos elogios e o que me fez nunca abandona-lo é que ele jamais abaixou a cabeça para críticas de mídia, torcedores... , muito pelo contrário sempre quando recebia uma crítica trabalhava para melhorar, e no próximo jogo ou final de campeonato ia lá e dava o seu melhor e vencia e em muitas dessas partidas erguia taças e calava a boca de muitos.

Sempre o defendi muito, antes eu brigava, xingava torcedores no Beira Rio que o xingavam, não foi uma nem duas vezes que saia de lá antes do final da partida com marido me puxando pelo braço pra mim ficar quieta, ou outras vezes espera-lo na saída do vestiário e alguns torcedores "bebum" o xingando e eu metendo a boca nesses idiotas, mas o que eu aprendi com ele, o que ele mais me ensinou foi que não precisamos brigar podemos calar a boca deles dando o nosso melhor, no caso do D'ale sendo melhor em campo ajudando o Inter a vencer e eu ficando quieta sem bater boca com ninguém mais, pois eu sei e ja presenciei que os mesmos que o xingam, que o críticam depois estão ali puxando o saco agradecendo pela vitória, obrigada D'alessandro por me ensinar que bater boca e brigar não nos leva a lugar algum e sim que o melhor que devemos fazer é erguer a cabeça e lutar para melhorar nossas atitudes e calar a boca deles mostrando que somos capazes, levo esse aprendizado no meu dia a dia sempre que penso em brigar com alguém penso será que é preciso isso!?

(D'ale entrou em campo na partida que completou 200 jogos com Joãozinho no colo -garoto que ele ajudou com cirúrgia - /Foto by Fred Colorado)

5 anos no Inter, 200 jogos nesse domingo 17/03/2013, títulos inéditos em sua carreira e uma admiração da torcida por você, que deixa essa sua fã aqui orgulhosa de ter sempre te defendido, não consegui passar antes aqui para te homenagear, pois como falei em meu post anterior estou grávida e muitos dias indisposta para internet, mas estou sempre torcendo por você, sempre te acompanhado.


Obrigada D'ale e PARABÉNS que venham mais 200 jogos com essa camisa linda.

by Priscila Mesquita

segunda-feira, 18 de março de 2013

D'Alessandro, acreditamos sempre! By Rosita Buffi



 

 Lembro bem quando D'Ale chegou ao clube, vindo do San Lorenzo, demorou uns 8 jogos para impor seu ritmo! Primeiro jogo, greNAL! Não marcou, mas no próximo confronto que teríamos com nosso rival, D'Ale marcou e o fez com tamanha alegria que o apelido de Homem greNAL pegou! E caiu nas graças da torcida!! A amizade com o Taison, a vida tranquila em Porto Alegre... Mas dentro de campo, D'Alessandro mostrava ainda o forte gênio, que muitas vezes o prejudicava, (lembro o jogo contra o Corinthians em 2009, e o outro contra o Flamengo em 2008... nossa!!) , cartões vermelhos e , dizem, saída de técnicos, por causa dele...(será?).                                                                                                                                                      .

Agora em 2013 temos um time todo com raça, D'Alessandro dividindo responsabilidades, jogo pegado e vitórias do nosso Inter! Estamos nos encaminhando para um ano de mudanças, estruturalmente com a reforma do nosso Gigante e em campo, com essa proposta de treinamento diferenciada de Dunga. Resgatando o brio, a coragem, a raça colorada em campo! Contamos com todos, apoiamos todos, mas essa que aqui escreve tem um carinho especial pelo Capitão Colorado. Por isso me realizo ao ver D'Alessandro em em campo jogando feliz, leve, talentoso e cheio de vontade de devolver ao meu Colorado seus dias de glórias!!




                                                           

 200 jogos cm nosso manto Colorado, quero te parabenizar e agradecer por tudo! Pelos títulos, pelos passes, gols, sofrimentos, lágrimas...mas também por sempre colocar um sorriso em meu rosto, e uma esperança de vitória nessa alma colorada! Te Amo!





D'Alessandro para o GE 17/03/13 !! Melhores trechos da entrevista!


D'Alessandro, meia do Inter (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)
                                                 D'Alessandro, meia do Inter
                                          Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)



Movido por sonho e dor, D'Ale vive eterna ambição: 'Sou meu psicólogo'
Antes de completar 200 jogos, argentino fala de Libertadores, Mazembe, Tite e rende elogios até a Seedorf em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM                                                                                                                                 Por Diego Guichard e Tomás Hammes Porto Alegre



 Talvez muitos torcedores do Inter não percebam, mas o clube conta atualmente com um jogador histórico e com características raras no futebol atual. Mesmo que Andrés Nicolas D’Alessandro, 31 anos, dê exemplo de humildade e negue, trata-se de um atleta que ficará no hall da fama colorado para todo sempre. Aliás, desde aquele 31 de julho do longínquo 2008, quando esteve pela primeira vez no Beira-Rio e assistiu à derrota de 1 a 0 para o Santos, tinha na cabeça um objetivo: ficar na história com a camisa 10 rubra. Só não sabia que iria tão longe, com a conquista da Libertadores de 2010, mas que também se frustraria tanto com a perda de um Mundial de Clubes, no final do mesmo ano.

Bem-humorado, El Cabezón, como é apelidado, chegou mais cedo no CT do Parque Gigante na quinta-feira para conversa exclusiva como GLOBOESPORTE.COM. Antes da entrevista, deu um efusivo abraço no roupeiro Lorival Gomes Soares, mais conhecido como 'Seu Pernambuco'. Isso porque na intimidade, D’Ale se mostra carinhoso tanto com fãs, quando com quem o cerca.

- Ele é uma figura. Todos nós vamos sair e ele vai ficar no mundo - brinca, ao falar do funcionário de 78 anos. (...)

(...) Neste domingo, D’Alessandro completará 200 batalhas em campo pelo Inter. Porque é assim que o argentino é visto: como um guerreiro em campo, seja pela qualidade técnica, comportamento explosivo ou liderança. Na balança, muito mais vitórias do que derrotas, sempre lideradas pela canhota diferenciada, capaz de enganar qualquer marcador com o drible marca registrada “La Boba”.

Com contrato até 2015, D’Ale ainda tem muitos objetivos na carreira. Sem “loucuras”, sonha com Brasileirão e Copa do Brasil. O título de uma dessas competições poderia servir de trampolim para um objetivo maior a ainda: chamar atenção de Alessandro Sabella e voltar a fazer parte do grupo de Messi na seleção argentina.  (...)


D'Alessandro, meia do Inter (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)
             D'Alessandro, meia do Inter (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)



GLOBOESPORTE.COM - Você passou por muitos clubes e teve identificação com apenas dois, o Inter e o River Plate. Por que esse carinho em especial com o Inter e não com outros?
Andres D’Alessandro - Eu sou colorado. Mas a identificação vem por ficar muito tempo no clube. Acho que isso é o principal. Eu joguei 15 anos no River. Não tenho como não ter carinho por lá. E tenho essa identificação. Se vou ser ídolo ou não, quem vai bater o martelo será a torcida. Essa identificação eu tenho com o River. Com o Inter eu sempre cito o carinho que recebi aqui. Junto com o River, foi o clube ao qual mais me identifiquei. E foi em um tempo muito curto. Aqui, tenho 1/3 de tempo de River. Eu nasci lá. Vou fazer cinco anos aqui. O que tive no Inter, em termos de carinho, não em relação aos títulos, porque isso depende do grupo... Eu sempre tentei fazer minha parte. E o carinho só cresceu com o passar dos anos. E sempre me deixou surpreso.

GLOBOESPORTE.COM - Este carinho iniciou lá no aeroporto, com aquela multidão indo recepcionar você (em 2008). E seguiu ao Beira-Rio, quando os torcedores jogavam camisas. Isso mexeu com você?
Andres D’Alessandro Você sente, né. Quando entra o carinho da torcida tudo muda. No primeiro dia em que estava aqui, fui ao estádio ver o Inter contra o Santos. O Inter perdeu por 1 a 0. O pessoal me recebeu muito bem. Fiquei surpreso, emocionado. Não sabia o que fazer. Não sabia se me conheceriam, se eu seria aceito. Até por ser argentino e por toda a rivalidade que existe. (...)

GLOBOESPORTE.COM -Depois de tanto tempo, de ter vencido Libertadores, Gre-Nais, qual a motivação que você tem para buscar crescer ainda mais no Inter?
Andres D’Alessandro O jogador não pode perder a ambição, o sonho, a gana de seguir vencendo no futebol. Se não, deixa de ser atleta. Olha o Seedorf. Ele joga no Brasil após ter vencido tantas Liga dos Campeões e não se cansa. E ele falou que a Taça Guanabara era uma taça. A vontade de continuar ganhando tem que existir e comigo existe. E vai permanecer comigo enquanto eu estiver no futebol. A Taça Piratini é uma taça. Tem menor expressão, como a gente sempre disse. O Gauchão não é o principal campeonato, mas é uma taça. E tem que ganhar. O atleta tem que saber que a carreira é curta e fica na história pelo que fez no futebol.

GLOBOESPORTE.COM -O presidente (Giovanni Luigi) falou que você estava no rol dos grandes jogadores do Inter, como Valdomiro, Claudiomiro, Tesourinha. Você acha que está neste patamar?
Andres D’Alessandro Não. O Inter tem muita história. Eu fico orgulhoso se me colocam como alguém importante, é uma sensação muito estranha. Fico surpreso com tudo o que me aconteceu no clube e o que continua ocorrendo. E não só no futebol. Falo também fora do campo, com a torcida. O carinho agora no Interior também. Cheguei aqui no clube pensando em dar o meu melhor e ficar na história. Se eu conseguir, será uma das melhores coisas da minha carreira. E se o Giovanni, que tem uma história aqui, me coloca neste nível é um motivo de orgulho.

GLOBOESPORTE.COM -O Dunga já comentou algumas vezes sobre a sua importância e como é difícil encontrar um camisa 10 com as suas características. Você acha que falta um pensador, que essa posição está quase que em extinção?
Andres D’Alessandro No mundo está complicado. A questão do meia é algo que está instalada no futebol. Não sei. Há campeonatos que entendem que, por causa da cobrança ou por que pode perder um espaço no time, se muda a forma de trabalhar. E quem paga é o meia. Na Argentina isso ocorre. São poucos que existem. A Argentina tem o Riquelme, o Insua, o Romagnoli e o Aimar. O Verón é um caso à parte. Se você o tem, precisa jogar em função dele. É como ter o Messi. Você precisa ver em que lugar ele fica mais confortável, onde ele se sente melhor. A partir disso, você monta o time. E é o que o Sabella está fazendo. Por isso que está bem e o Leo (apelido de Messi) está tranquilo, fazendo o que apresenta no Barcelona. O Verón era assim. A nossa função é assim. Essa é a função do armador. Se a bola não passar pela gente, o meia acaba olhando a bola passar por cima e não consegue jogar. É preciso ter um passe qualificado. Depende do seu treinador também. Na Europa, tem poucos também. Na América do Sul, há a Argentina e Brasil.
D'Alessandro, meia do Inter (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)D'Alessandro, meia do Inter, em entrevista exclusiva (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)
   


GLOBOESPORTE.COM -Qual a importância do Dunga para você nesta retomada no Inter após o 2012 complicado em razão das lesões?
Andres D’Alessandro A importância dele é 100%. Eu sinto que ele me dá a confiança de que o atleta precisa. Eu me cobro muito. Sei que não posso falhar, não posso dar moleza para ele. O jogador precisa corresponder quando recebe confiança do treinador. Eu tenho uma responsabilidade maior aqui. E assumo. Com ele, por tudo o que pensa e fala, tenho uma responsabilidade maior.

GLOBOESPORTE.COM -E, com o Dunga, você entende que também virou um tipo de técnico em campo?
Andres D’Alessandro Sempre fiz isso, faz parte da minha personalidade. Sempre falei dentro de campo. Às vezes até demais. Acho que faz parte. Assumo a responsabilidade, mas há outros que também fazem. Tem o Juan, o Forlán, o Willians, que acabou de chegar, mas é um cara que fala. Eu sempre assumi esta responsabilidade. Faz parte de mim. Às vezes, eu sou meio chato dentro do campo. Mas eu falar lá mostra ao companheiro onde está posicionado, se tem um cara nas costas. É importante no futebol as linhas se falarem. E hoje, como capitão, eu preciso puxar a ideia que o Dunga nos passa. Ele pede comunicação entre todos. É o principal. (...)


GLOBOESPORTE.COM -Alguns dos técnicos que você teve aqui no Inter comentaram sobre a importância que você tinha no vestiário. Como é com Dunga?
Andres D’Alessandro Não acho legal falar do que faço fora do campo. O Carvalho até falou que, quando quis me contratar, comentavam que meu caráter era difícil. Não tive problema aqui no Inter, só aquela discussão com o Tite, que foi uma discussão de futebol, faz parte. Mas sempre fui um cara positivo, que nunca tira o pé do acelerador. Sou um jogador que sempre cobra porque também gosto que me cobrem. Sei quando jogo mal. Sou meu próprio psicólogo. Sei como são as coisas. Sei quando erro, quando fiz algo que vou pagar lá na frente. (...)


GLOBOESPORTE.COM -Você está passando por um grande momento técnico e físico no Inter?
Andres D’Alessandro Se falo que estou em um grande momento físico, o pessoal vai lembrar o ano passado, que é ainda muito recente. Eu nunca vivi o que passei em 2012. Foi estranho ter ficado tanto tempo fora.

GLOBOESPORTE.COM -Foi frustrante?
Andres D’Alessandro  É frustrante voltar e machucar de novo. Eu me matava treinando em dois turnos. Em alguns dias, até três. Não ficava quase em casa. E eu me sentia bem, mas daqui a pouco voltava a sentir. Era frustrante. Ainda mais pelo momento do time não ser bom. E eu queria ajudar. Eu queria estar no mata-mata com o Fluminense (pelas oitavas de final da Libertadores) de qualquer jeito, mas não deu. A sequência é atrapalhada quando você está mal fisicamente. O planejamento do ano passado não é que estava errado. Só que foi curto. Foi o que o Dorival podia fazer. A gente precisou passar pela primeira fase na Colômbia (contra o Once Caldas). Aí depois você não tem tempo para fazer outra pré-temporada. E começa a vir os jogos do Gauchão, que às vezes atrapalha. Jogar quarta, domingo, ter que viajar para disputar a Libertadores. Isso atrapalhou um pouco. No decorrer do ano, se você não está com esta base boa, acaba pagando. Foi o que ocorreu comigo e com outros. A gente teve muitas lesões no ano passado. (...)

GLOBOESPORTE.COM -E você pensa em atuar neste novo Beira-Rio?
Andres D’Alessandro Penso né? Tomara que eu consiga jogar. Acho que vai estar pronto no ano que vem. E, se tudo continuar, vou ter esta sorte, este privilégio.                                                                                                                                    

GLOBOESPORTE.COM -Você pensa em sair? A China e o River Plate o balançam?
Andres D’Alessandro Não, mas cada ano que passa é preciso uma nova reflexão. Tenho que saber o que passei no futebol, a minha vida, a família. O meu contrato vai até 2015 e, não acontecendo nada de estranho, vou cumpri-lo. Não penso nisso. Só penso no Inter. Já passou o momento da China, do River também. Eu sei que o River sempre estará aí. Ele está na espera do jogador que foi revelado lá. E que eu também sinto saudade, seja do clube, do país, da família. Mas hoje eu sou colorado e estou muito feliz.

GLOBOESPORTE.COM -O que o Brasileirão significa para você?
Andres D’Alessandro A cada ano que passa ele toma ainda mais proporção. Ele tem uma importância muito grande. Para o grupo, para o clube e na cabeça do torcedor. Só que a gente não pode entrar nessa loucura. Tem que ir passo a passo, calmo, sabendo que existem inúmeras competições na frente para disputar. Vai ter a Copa do Brasil. E é preciso saber jogar o Brasileirão. Entender que, se não tem como ganhar fora, um empate é bom. E ser forte dentro de casa.


GLOBOESPORTE.COM -E como você avalia o time atual do Inter?
Andres D’Alessandro O time está se formando. O treinador está conseguindo manter uma base. O Dorival e o Fernandão não conseguiram nem dois jogos seguidos. O Dunga está montando um grupo com jogadores importantes, que foram campeões em outros clubes. Tem gente que já venceu o Brasileirão e sabe como é. Não é fácil. É um dos mais difíceis e competitivos. Se é que não é a mais. Existem outros times bem formados. Tem que ser inteligente. Entender que o campeonato é longo e que não se decide em três, quatro jogos. A gente vai precisar mostrar durante a competição o que quer.

GLOBOESPORTE.COM -Qual foi o seu principal momento e o mais difícil no Inter?
Andres D’Alessandro  Positivo foi a Libertadores. É um sonho que eu tinha e não achava que alcançaria. Com a conquista da Sul-Americana e o grupo que tinha aqui no Inter, vi que o objetivo estava mais perto. Tinha muita gente capacitada. O Carvalho, que tanto me ajudou, sempre conversava muito comigo. O Piffero e o Silvio Silveira também. Eles passaram o planejamento que tinham de se classificar e ganhar. Não sei o motivo, mas deu tudo certo. Negativo eu não sei, mas há coisas em que fico envergonhado. A coisa do Corinthians na (final da) Copa do Brasil. A briga com o Willian (2009). Nem chegou a ser uma briga. Foi algo engraçado e eu fico envergonhado. É o meu caráter e não vou mudá-lo. Tem também ter ficado de fora da Copa Suruga (2009). Acho que não merecia.(...)

 GLOBOESPORTE.COM -Você acha que vai poder disputar outro Mundial de Clubes?
Andres D’Alessandro Não sei. Isso também ficou na minha cabeça. Será que vou ter essa chance de novo? Será que a gente aproveitou ao máximo? Que fez tudo o que tinha que fazer? Fica esse pensamento. Não faltou humildade, nosso grupo era muito trabalhador, humilde, que mesclava gente experiente com o pessoal mais novo, que já era uma realidade. Só que quando as coisas não dão certo... e não deu certo no Mundial. Não tem como explicar. E você sofre quando está fora.

GLOBOESPORTE.COM -A braçadeira mexe com você?
Andres D’Alessandro Significa responsabilidade. Eu fui capitão com 21 anos no River. Tive essa sorte com o (Manuel) Pellegrini (atual técnico do Málaga), que me deu a faixa e a gente foi campeão. Mas não vivi aquele momento como um líder, e sim como um capitão técnico, mais do que um cara importante fora do campo. Tinha gente grande como o Amelli (ex-Inter), o Coudet. Eu era mais a referência técnica. Hoje mudou um pouquinho. Já passaram dez anos. Além de eu assumir a minha responsabilidade como referência técnica, assumo fora também. Como um dos mais velhos, experientes. O cara que tem que puxar, ser positivo. Buscar ajudar os mais novos. Isso é tudo o que aprendi com quem me ensinou quando criança.


GLOBOESPORTE.COM -Na Argentina, há jogadores como Zanetti e Verón, que atuaram até próximo aos 40 anos. Você acha que pode seguir esses passos?
Andres D’Alessandro O Zanetti é diferente, é um trator (risos). O Verón também. Além de grandes atletas, são profissionais fantásticos. O Ayala (ex-zagueiro, hoje diretor do Racing), que é meu grande amigo, se cuidava muito. Vivi com ele na seleção e vi o que ele fazia. Ele se cuidava demais, seja no almoço, no que comia. Treinava uma hora a mais, fazia academia. A gente fica com isso na cabeça e tenta repetir. O mais importante é minha vida pessoal. Busco ser um atleta qualificado e que possa jogar muitos anos.

GLOBOESPORTE.COM -A seleção da Argentina continua como uma meta. Para você voltar precisa arrebentar no Inter. Como você lida com isso?
Andres D’Alessandro Eu não penso nisso. Se pensa, acaba não acontecendo. As coisas têm que vir ao natural. Sou um cara que não diminuo o meu nível de exigência. Nem no treino, no jogo, na pelada. Isso sempre foi um traço marcante e acho que não vai deixar de ocorrer. Acho que isso é o principal. Foi o meu caráter que me fez atuar na Europa, conhecer outros países. Acho que posso ter essa chance, mas sei que é complicado. Principalmente para ser titular na seleção. Mas fazer parte do grupo seria muito bom. Ajudando, sendo reserva, estando no grupo de 20, 25 jogadores seria muito importante.(...)



GLOBOESPORTE.COM -Você fala em encerrar a carreira no River, mas, se estiver jogando próximo aos 40 anos, certamente poderá passar ainda por muitos outros clubes...
Andres D’Alessandro Pode acontecer. Mas hoje tenho esposa (Erika), dois filhos (Martina e Santino). Hoje divido as prioridades. Antes era só o futebol. E hoje eu converso tudo com minha mulher, o que é melhor para eles. Para não fazer loucura. Lógico que o futebol segue fazendo parte da minha vida, mas hoje é 50% futebol e 50% família. Tenho que falar com a patroa. Mas quem decide sou eu. Se tem uma chance que não se pode recusar, tem que ir. Ela entende e vai.


GLOBOESPORTE.COM -O que você ainda busca no Inter?
Andres D’Alessandro Eu quero tudo. Tudo que disputar eu quero vencer. A gente tem grupo, uma estrutura muito boa, uma grande comissão técnica, um treinador que ganhou tudo no futebol, foi campeão de Copa do Mundo. E ele nos passa isso. É saber que tem que ralar, mas ganhar.

GLOBOESPORTE.COM -Você era conhecido pelo temperamento explosivo. Como é para você olhar para o banco e, as vezes, ver um cara ainda mais tempestivo?
Andres D’Alessandro Um tenta conter o outro (risos). O Dunga é isso. Ele foi assim como atleta e tem muito caráter. É explosivo e não vai mudar. Nem tem por que mudar. Ele tem uma conduta exemplar e passou para o grupo.


GLOBOESPORTE.COM -Como foi trabalhar com Falcão e Fernandão?
Andres D’Alessandro Foi bom, são dois caras diferentes. O Fernandão tinha acabado de sair do futebol. Não trabalhamos muito tempo, mas ele tem umas ideias muito boas. E o Falcão, por tudo o que representa no clube, também foi pouco tempo. Mas conseguimos esse Gauchão tão importante. E ainda é mais importante por ser no Olímpico. Nos demos muito bem. Mesmo ele me mudando às vezes de posição, me colocando na esquerda, a gente se entendeu bem.

GLOBOESPORTE.COM -Já pensou a respeito de seguir a carreira de treinador?
Andres D’Alessandro Pensei. Acho que vou fazer o curso de técnico na Argentina. Eu gostaria de ser um executivo. É algo legal. Já falei uma vez. Gostaria de trabalhar aqui no clube e ser uma conexão com a Argentina. É uma ideia minha, uma loucura, um sonho, mas que pode se tornar realidade. Não sei se vou ser técnico um dia, vamos ver.
D'Alessandro meia Inter (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM) 
D'Alessandro é referência técnica e também capitão (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)