domingo, 11 de março de 2018


 Texto: Lucas Collar | Arte: Thiago Schmitt

Do primeiro ao quadragésimo: a idolatria a um argentino escrita em vermelho e branco.

Eu sou um adepto da ideia  de que as coisas não acontecem por acaso. Tudo que acontece em nossas vidas tem um razão e a gente geralmente costuma entender o motivo das coisas tempo depois de que elas acontecem. Se passarmos essa minha ideia ao futebol, ela se adapta e é perceptível nos simples detalhes como a história de D’Alessandro com o Sport Club Internacional: quase dez anos de uma idolatria que começou a ser escrita lá em 2008 justamente contra o mesmo a adversário deste domingo contra quem nosso maestro completará 400 jogos vestindo nossa camiseta.

D’Alessandro chegou em 2008 ao Inter justamente após quase ter assinado pelo co-irmão, um duro golpe que doeria ainda mais nos azuis pela história que o gringo escreveu vestindo vermelho e branco. Mas a chegada de D’Ale ao clube foi difícil. Uma negociação complicada e um grande desafio, comandar a equipe após a saída de ídolos como Fernandão e Iarley. Mas como as coisas não acontecem por acaso, o primeiro ano de D’Ale em Porto Alegre já lhe rendeu uma taça importante, continental e inédita na história do Inter: a Copa Sul-Americana. 2008 ainda ficou marcado com sua estreia, justamente em um Gre-Nal da Sul-Americana, onde o Inter eliminaria o Grêmio e, posteriormente, com seu primeiro gol em clássico, no Beira-Rio, pelo Brasileirão em uma sonora goleada por 4 a 1.

E muita coisa aconteceu até chegarmos até este quadragésimo jogo de D’Alessandro vestindo vermelho. Já vimos ele nos comandar por inúmeras vezes na conquista do Rio Grande do Sul e, por mais que digam que isso não importante, vos digo que mandar na terra é sempre  bom. Vimos ser o melhor jogador da américa em 2010 sendo um maestro na conquista da segunda Libertadores. O vimos fazer um ano fantástico, sem estádio para jogar e livrar o Inter da queda em 2013. Também vi de perto ele, ao lado de Fernandão e Figueroa como um dos embaixadores da festa de reinauguração da nossa casa, onde nos dá o prazer de vê-lo desfilar bom futebol, identificação, garra e entrega quase sempre.

E o jogo 400 nos preserva mais fortes emoções. Um clássico. Um Gre-Nal. Um jogo onde estamos acostumados a ver D’Alessandro como principal figura. Afinal, são poucos jogadores, na história dos clássicos mundiais que tem 28 participações, apenas 5 derrotas e 8 gols marcados. E dessa vez um clássico diferente. Um clássico onde estamos com várias coisas engasgadas na garganta nos últimos dois anos. Talvez um jogo para lavar a alma e um começo da afirmação de um novo trabalho que vem dando esperança aos torcedores colorados. E isso tudo só é possível de deslumbrar porque temos um grupo forte comandado por um grande capitão: Andrés D’Alessandro, o predestinado. O cara que nasceu para jogar no Inter.

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